segunda-feira, 28 de junho de 2010

De repente (Mara Senna)






Ninguém surge assim de repente...
Há que se tirar muitas camadas
antes de chegar ao âmago.
E lapidar muito mais para atingir
a intensidade,
a quintessência,
a plenitude de
quem vive com excelência.

O pior é morrer sem surgir,
nascer e não se descobrir.
Viver com casca, máscara,
passar a vida inteira atrás do personagem.
E só se dar conta na hora derradeira.
E só neste momento compreender
que o dissimular
custou a graça de uma vida inteira.
É...
Ninguém surge assim de repente.
mas é de repente que se vai!

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